Certas PalavrasPágina de Marco Neves sobre línguas e outras viagens

Qual é a origem das línguas ibéricas?

É verdade que a sorte que tiveram foi muito diferente — mas, do mirandês ao castelhano, as línguas que hoje encontramos na nossa península fizeram quase todas, na sua origem, uma viagem de norte para sul (o «quase» está ali por culpa dos bascos). Aqui fica uma brevíssima viagem pela origem das línguas ibéricas.

Que línguas se falavam antes da chegada do latim?

Os linguistas, desde o século XIX, estudam a história antiga das línguas, antes mesmo da escrita, através do método comparativo. Como funciona este método? Sabendo que as línguas tendem a divergir, presume-se que divergem de um ponto comum, no passado. Assim, comparando-as, conseguimos encontrar famílias de línguas com a mesma origem mais ou menos remota.

Todos sabemos, por exemplo, que as línguas românicas têm origem no latim. Há, aliás, alguns vestígios escritos que permitem chegar a essa conclusão — e há, acima de tudo, o próprio latim escrito com o qual podemos comparar as línguas românicas actuais, encontrando facilmente linhas de continuidade e divergência que apresentam muita regularidade.

No entanto, se não conhecêssemos o latim, conseguiríamos mesmo assim encontrar semelhanças suficientes entre as línguas latinas para reconstruir com alguma segurança muitas das características dessa língua-mãe.[1]

  • Catalão: amor
  • Espanhol: amor
  • Francês: amour
  • Italiano: amore
  • Português: amor
  • Romeno: amor

Se não soubéssemos latim, poderíamos concluir que estas proximidades são fruto da coincidência? É difícil, com tantas línguas a acertar na palavra. Podia ser uma questão de empréstimo? Sim: o islandês, por exemplo, também tem a palavra «amor». Aliás, se olhássemos para a palavra «rosa», pareceria que as línguas germânicas e as latinas têm a mesma origem:

  • Francês: rose
  • Alemão: Rose
  • Holandês: roos
  • Dinamarquês: ros
  • Inglês: rose
  • Espanhol: rosa
  • Português: rosa

É por esta razão que o método comparativo não funciona com uma palavra isolada. Funciona com muitas palavras e traços gramaticais, rigorosamente comparados.

O certo é que as línguas latinas partilham muitas palavras e muitas características gramaticais que não partilham com as línguas vizinhas. Para chegar a esta conclusão é preciso estudar com afinco as palavras, as características gramaticais — e há muitas hesitações, caminhos errados, descobertas. Mas consegue-se. E consegue-se mais ainda: sabendo as alterações típicas de cada língua mais recente, podemos reconstruir a língua original.

No caso do latim, não temos de reconstruir a língua original. No entanto, este método (o método comparativo) permitiu-nos descobrir que o latim do qual descendem as línguas românicas não é exactamente o mesmo latim dos textos escritos clássicos. A língua da oralidade nunca é igual à da escrita. A língua formal nunca é igual à língua da rua. E, na verdade, as nossas línguas actuais descendem do latim da rua e não do latim dos livros.

Pois bem: se olharmos para o que veio antes do latim, não temos registos escritos. Mas o método comparativo deu os seus interessantíssimos frutos: descobriu-se que quase todas as línguas da Europa descendem duma língua comum. Essa língua deu também origem às línguas iranianas (o persa, por exemplo) e às línguas do Norte da Índia. Assim, o nome que lhe foi dado é este: proto-indo-europeu. As investigações linguísticas permitiram também descobrir onde vivia o povo que falava essa língua — com toda a probabilidade, no território que é hoje a actual Ucrânia.[2]

Essa tribo indo-europeia espalhou-se e invadiu os territórios vizinhos. O certo é que quase toda a Europa fala hoje línguas que descendem da língua desse povo. As excepções são curiosas: o turco, falado no pequeno território turco na Europa; o húngaro, finlandês e estónio, com origem em povos que chegaram à Europa já depois da expansão indo-europeia, vindos das profundezas da Sibéria; o maltês, aparentado com o árabe; e o basco, num recanto da Península Ibérica.

Bem, mas pensemos nesses indo-europeus, pais das línguas da Europa quase toda. Chegaram à nossa península ali entre os séculos VIII e VI a.C. Encontraram povos autóctones que podemos chamar de iberos, embora saibamos muito pouco deles. Estes invasores indo-europeus são muitas vezes referidos como celtas — por esta época já o povo indo-europeu estava dividido em várias famílias linguísticas e a primeira invasão foi desses celtas.

Foram esses povos que os romanos e os povos germânicos que se lhes seguiram vieram encontrar — note-se que, na península, o latim foi introduzido não apenas pelos romanos, mas pelos germanos que vieram governar a península e que já tinham adoptado o latim.

O que aconteceu depois da chegada do latim?

O latim apagou as línguas anteriores, tanto as pré-indo-europeias, como as indo-europeias — excepto o basco, que sobreviveu a isto tudo.[3] Diga-se que as línguas anteriores influenciaram a maneira como a população aprendeu latim — e terão tido influência no particular percurso do latim até às várias línguas ibéricas. Essa influência é particularmente importante quando uma população adulta aprende outra língua. Um adulto já não consegue aprender uma língua como se fosse um falante nativo: a máquina de reconstruir a gramática começa a desligar-se na adolescência. Ora, se uma população adulta aprende uma língua, aprende-a de forma simplificada e com características fonéticas da sua língua materna. Ora, se muitos habitantes da nossa península aprenderam latim já na idade adulta, aprenderam-no como estrangeiros — e é desse latim mal aprendido que nasceram as nossas línguas…

Ora porque tinha sido trazido por soldados, ora porque tinha sido trazido por germanos que o tinham aprendido como adultos, ora porque foi aprendido na idade adulta pelas populações da península, o certo é que, pelas ruas da Península, o latim da população era diferente do latim de Roma — e do latim da escrita. Claro que a norma terá tido o seu efeito: muitos aprenderam o latim clássico e talvez alguns falassem quase como em Roma. Mas é dessas correntes de profundas mudanças que nasceram as nossas línguas de hoje em dia.

Nesta história abreviada, chegamos ao século VIII. Chegam os muçulmanos. A península divide-se em duas zonas. A sul, os muçulmanos governam e a população continua a falar o tal latim da rua, mas agora com muita influência da nova língua de prestígio: o árabe.

A norte, cria-se uma série de reinos, principados e condados cujo principal propósito era reconquistar território aos muçulmanos, para sul. A língua era ainda o latim, mas o latim que se afastava cada vez mais do latim clássico.

Nestas guerras entre norte e sul e nesta expansão vemos a história das línguas e dos povos actuais — entre elas a história da origem da língua portuguesa.

Qual era a situação por volta do ano 1000?

É um bom ano para pararmos um pouco nesta nossa viagem: redondo e fácil de encontrar nas cronologias.

No sul da Península, temos um grande território sob domínio muçulmano. Lá em cima, uma faixa cristã. Tirando a elite de língua árabe no Sul, quase toda a população da península fala qualquer coisa que descende do latim. Os cristãos sob domínio muçulmano falam um latim tardio a que hoje chamamos moçárabe. É um romance com muitas palavras árabes (compreensivelmente). Há-de ter alguma importância na história que estou a contar.

Ali num canto, onde os Pirenéus encontram o Atlântico, um velho povo resiste com a sua língua pré-latina. Aliás, pré-indo-europeia. Falo dos bascos. Nesse canto, o latim não entrou. Ou melhor, entrou, mas não fez desaparecer a língua que lá havia antes.

Deixemos, para já, o basco no seu recanto (havemos de lá voltar). Toda a faixa norte está ocupada pelos reinos, condados e demais entidades mais ou menos duradouras que se ocupam a ir conquistando a península de cima para baixo.

As fronteiras entre os reinos são muito, mas mesmo muito maleáveis. Surgem e desaparecem reinos entre a manhã e a tarde do mesmo dia. Talvez exagere: mas entre o nascimento e a morte de um rei, entram e saem territórios com grande à-vontade. Imagino que muitas pessoas tenham vivido a sua vida sem saber muito bem a que reino pertenciam.

Conhecemos alguns nomes: Astúrias, onde se deu a famosa – e provavelmente mítica – batalha de Covadonga. Aragão. Leão. Castela. Catalunha. Galiza. Portugal…

A lista acima está desordenada – não importa. O que importa, agora, é pensar na questão das línguas.

Pois, as línguas ibéricas, muito por culpa do processo de conquista, foram criadas nessa faixa norte e, depois, expandiram-se para sul, comendo o território ao moçárabe (que, no entanto, não desapareceu por completo — influenciou essas mesmas línguas no processo de expansão para sul).

Uma história em cinco faixas

Para percebermos o que se passou, dividamos a tal faixa norte em cinco parcelas, mais ou menos iguais, que correspondem a cinco línguas.

Isto é uma simplificação. Nas fronteiras entre as parcelas, havia muita mistura – aliás, estamos perante um continuum dialectal, ou seja, um território onde não há fronteiras muito definidas entre línguas (excepto, neste caso, as fronteiras do basco).

Esta divisão em cinco parcelas ajuda-nos muito a perceber a origem – e a situação actual – das línguas ibéricas. A sua expansão foi na vertical: de norte para sul – embora a língua central tenha começado a engordar, atropelando as vizinhas.

Comecemos a história pelo V, encostado ao Mediterrâneo, para terminar no I, encostado ao Atlântico.

Na faixa V, desenvolveu-se a língua que hoje conhecemos, em geral, como catalão. O catalão está muito próximo do occitano, uma língua falada no sul de França[4]. Está também próximo do francês. Isto, no que toca ao léxico. Note-se, por exemplo, palavras como «parlar», «manjar»… Ou «por», muito mais próximo do «peur» francês do que do «miedo» castelhano.

O catalão foi a língua principal da corte dos soberanos da Coroa de Aragão. Barcelona era a principal cidade, embora a capital fosse dupla: Saragoça e Barcelona. As línguas da corte eram também duas: aragonês e catalão. No entanto, na verdade, o catalão era a língua de mais prestígio, língua de Barcelona, a principal cidade marítima do território, língua por excelência daquela Coroa e da sua expansão pelo Mediterrâneo. Ainda hoje temos vestígios dessa expansão: há uma terra na Sardenha onde o catalão ainda se ouve entre as gerações mais velhas. Note-se que, em Valência, o nome habitual que se dá à língua própria da região é «valenciano» — se o valenciano é uma língua própria ou um nome alternativo para o catalão é discussão que ocupa muitos valencianos. Os linguistas, em geral, consideram o valenciano como um glotónimo (nome de língua) do catalão.

Saltemos (por agora) por cima da faixa IV e avancemos para a faixa do meio, a III. Falamos do castelhano — esta língua acabou por ser a língua de uma importantíssima coroa. Ganhou prestígio. Expandiu-se para sul, a cavalo da coroa castelhana — e pelo mundo a cavalo da expansão marítima. Entretanto, começou também a ser chamada «espanhol». Desta forma, é uma língua com dois glotónimos: «castelhano» e «espanhol». Com estes dois nomes, é língua de muitos países e oficial em toda a Espanha.

Repare-se que o castelhano surgiu encostado ao basco. Ora, isto tem a sua importância. Há características muito castelhanas, que distinguem a língua das sua vizinhas, que talvez tenham vindo do basco. Um dos exemplos por vezes apontados é a pobreza vocálica: tanto o basco como o castelhano têm poucas vogais (apenas cinco), enquanto as línguas vizinhas (o catalão e o português, por exemplo) têm muitas mais. Apetece dizer que o castelhano era o romance ibérico falado por gente habituada a ouvir e a falar basco.

O II e o IV são as duas faixas em que as línguas mais se perderam. Hoje, nenhuma delas é oficial, embora sejam reconhecidas como património cultural pelas Astúrias e por Aragão.  Nestas faixas, a expansão para sul ficou cortada pela expansão do castelhano e do catalão. Hoje em dia, estão em perigo de desaparecer. A língua da faixa II, no entanto, é oficial… em Portugal! Sim, esta língua tem vários nomes e variedades. É o asturiano, mas também o leonês — ou o mirandês! O mirandês faz parte desta segunda faixa.

Chegamos, por fim, à faixa I. O galego — e o português… Tudo indica que a nossa língua começou nesse noroeste da Península, muito antes da criação de Portugal. Ninguém lhe daria nome, mas como estamos na Galécia, podemos falar de galécio — ou galego.

Quando chegamos ao século XII, a língua na rua era o tal galego, designado pelos seus falantes usando a palavra «linguagem» — era a linguagem da fala dos galegos e dos novíssimos portugueses. A língua dos documentos oficiais era, ainda, o latim. Note-se que, antes de se tornar oficial em Portugal, a língua foi usada, com muito proveito, para as produções artísticas da corte de vários reis. O rei castelhano Afonso X escreveu boa poesia na nossa língua!

Quando Afonso Henriques criou o reino de Portugal, a faixa I das línguas ibéricas, a mais ocidental, ficou dividida por uma fronteira política que veio a revelar-se uma das mais resistentes de todo o mundo. O Reino de Portugal expandiu-se de norte para sul e levou com ele a língua, que sofreu influências do moçárabe. Algumas gerações depois, a corte de D. Dinis transformou a tal linguagem trazida do Norte na língua oficial do reino. Em breve, começaria o processo de criação de uma norma escrita. Mas essa já é outra história…[5]

Este artigo é baseado numa secção do meu livro O Galego e o Português São a Mesma Língua?, publicado pela Através.

Referências e notas

A parte inicial do capítulo aqui reproduzido foi publicada nesta página com o título: «Pequena História das Línguas». O mapa é baseado no mapa preparado por Miguel Durán para o livro.

[1] Há mais línguas latinas, mas deixei apenas alguns exemplos. Em dálmata — uma língua já desaparecida — a palavra era «amaur». Referi essa língua no artigo «O que perdemos quando morre uma língua?»

[2] Há vários livros sobre o indo-europeu. Um volume que uso, por vezes, é Indo-European Language and Culture: An Introduction (John Wiley & Sons, 2011), de Benjamin W. Fortson IV.

[3] O basco já foi personagem destas paragens em muitos artigos. Proponho o seguinte: «Qual é a língua mais antiga do mundo?»

[4] Há uma pequena região da Catalunha onde o occitano é língua oficial, em conjunto com o catalão e o espanhol. Chama-se Vale de Aran e a língua tem, por lá, o nome de «aranês».

[5] Em breve, será publicado um livro de Fernando Venâncio, com um estudo aprofundado sobre a origem da nossa língua.

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Autor
Marco Neves

Professor na NOVA FCSH. Autor de livros sobre línguas e tradução. Fundador da Eurologos.

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20 comentários
  • “poucas vogais (apenas cinco), enquanto as línguas vizinhas (o catalão e o português, por exemplo) têm muitas mais. ”
    O português tem mais que cinco vogais? Está a considerar as vogais acentuadas como outras vogais?

  • Gostei muito desta publicação que considero muito interessante. Aliás, é de extrema importância termos conhecimento das nossas origens nas suas mais diversas formas.
    Isso e outros factores que nos vão enriquecendo através dos tempos contribuem para uma compreensão mais apurada de modos de viver, de sentir e de entender afinal. Muito grata pelas suas publicações !

  • Impossível, a qualquer amante de Línguas e Literatura, não dar um mergulho na História para melhor as entender!
    Muito obrigada por este artigo! A Ucrânia aparece muito em pesquisas históricas. Quanto mais para trás se vai, mais aparece. Para mim, tem sido uma agradável surpresa 🙂

  • Obrigado pelo artigo Professor Marco Neves.
    Tendo em conta o substrato comum do Indo-europeu e que os Roma já lidava com Celtas à 200 anos, será possível que os Romanos conseguiam ter uma conversa com os antigos habitantes do actual território Português sem precisar de tradutores? É que eu já li autores com Estrabão, Políbio, Tito Livio entre outros e não me lembro de referencia a tradutores. A única passagem que fala em dificuldades linguísticas é no norte junto ao Rio do esquecimento, o Letes. Talvez houvessem muitas palavras comuns e as mãos fariam o resto? Será que o peso da Latim não deveria ser ligeiramente desvalorizado em detrimento de uma maior importância ao substrato Celta?

    • Infelizmente não corrigi o texto correctamente. Peço desculpa pela falta de atenção e aqui vai a correção.

      Obrigado pelo artigo Professor Marco Neves.

      Tendo em conta o substrato comum do Indo-europeu e que Roma já lidava com os Celtas à 200 anos, será possível que os Romanos conseguiriam ter uma conversa com os antigos habitantes do actual território Português sem precisar de tradutores? É que eu já li autores como Estrabão, Políbio, Tito Livio entre outros e não me lembro de referencias a tradutores. A única passagem que fala em dificuldades linguísticas é no norte junto ao Rio do esquecimento, o Letes. Talvez houvessem muitas palavras comuns e as mãos fariam o resto? Será que o peso da Latim não deveria ser ligeiramente desvalorizado em detrimento de uma maior importância do substrato Celta? As palavras cognatas atribuem a quem? Aos Romanos ou aos Celtas?

      Obrigado pela atenção.

      • Excelente reflexão, Duarte. Seria interessante um artigo sobre o peso das Línguas Célticas sobre a Língua que falamos hoje.

  • O senhor professor Marco Neves ir-me-á desculpar, certamente, por fazer comentários fora do contexto, nos quais os mesmos poderão ser produzidos. Sou um idoso novato nestas coisas.

    Linguística, história e Paleografia, Genética, não referindo modernas tecnologias químicas e físicas, são ciências que muitas vezes se complementam no avanço do conhecimento do passado.

    Gostaria de deixar aos interessados na investigação o possível contributo, especialmente nas línguas ibéricas, por um povo – os Yamna – que há cerca de 4 500 anos chegaram à Península Ibérica, vindos da margem norte do Mar Cáspio. (Ao tempo, o Latim estava por nascer!

    Como ponto de partida para uma leitura mais aprofundada, deixo aqui a indicação de um artigo da Revista SUPER Interessante, nº 261, de Janeiro de 2020 – A Grande Invasão do Neolítico.

    Pelo que li, este povo bélico, já teria encontrado, presumo, os Iberos. E que transformações, modificações, na língua já existente teriam originado. Parece-me um tema interessante para explorar, pelos que têm competência e meios para o fazer. Pela minha parte, fico à espera…

    • Obrigada pelo seu comentário. De vez em quando compro a super interessante, lembro-me de ter ficado naquela do compro não compro e acabei por não comprar esta. A palavra Yamna ressoou algures na minha mente talvez por ter folheado a tal revista. Vou ver se pesquiso mais sobre este povo. Obrigada, mais uma vez pela sugestão. A reforma dá tempo para estas coisas.

  • Gostei do artigo. A pré-história e a história “antiga”, assim como o desenvolvimento dos povos, interessa-me bastante. Vou tentar seguir.

  • Como sempre Marco Neves e leitores deslumbram quem se interessa pela língua portuguesa. Obrigado.

  • Prof. Marcos, recebo seus artigos com alegria, pois sou fascinada pelas línguas ibéricas, desde que por acaso descobri o falar catalão, o mirandês e as semelhanças da fala de meu avô com o falar galego. Como posso comprar o seu livro sobre o galego e o português, estando no Brasil? Há alguma representação da editora aqui no Brasil? Grata pelos caminhos fascinantes que seus artigos me abrem,
    Ana
    P.S. O Lagoa do meu nome surgiu na imigração do meu avô, que vinha de Tras-os-Montes, da Quinta da Lagoa. O Mascia é da minha avó, que vinha da Sardenha. Macia como o Francesc, que fez a consolidação da nacionalidade catalã (nome de uma das avenidas de Barcelona); e como os Macías que vivem na Galizia.

  • Na parte do texto com o título “Qual era a situação por volta do ano 1000?”, umas vezes o sul é também nomeado por “baixo” e o norte nomeado por “cima”.
    Creio ser melhor guardar o “baixo” e o “cima”, apenas quando nos referimos a altitude.
    Em muitos mapas antigos, era mais ou menos aleatória a posição da linha de costa em relação aos pontos cardeais. Os mapas faziam-se geralmente através de observações feitas do mar para a terra. Convencionou-se, a partir de dada altura, ser a parte de cima do mapa, a direção norte. Mas realmente as direções só têm sentido quando consideramos a horizontal. Assim “…de norte para o sul” em vez de “…de cima para baixo”.

    • Bom dia! Muito obrigado pelo comentário. Usar “cima” e “baixo” é uma forma de expressão habitual, ligada à orientação convencional dos nossos mapas. Não me parece que tire clareza ao texto. Mas tem toda a razão em relação à natureza convencional da orientação dos mapas. Escrevi uma crónica sobre o assunto, que lhe deixo, se me permitir: https://certaspalavras.pt/portugal-de-barriga-para-baixo/ Muito obrigado!

      • Ontem deveria ter começado por lhe dizer como tanto me agradam as suas crónicas e os seus livros. Só os conheci um pouco antes da pandemia. E realmente não valerá a pena ser tão purista. A língua vai andando por aí a fora, dando novos sentidos às palavras.

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